voltar Liturgia diária 06/03/2021 Sábado da 2ª Semana da Quaresma

Dia 6 – sábado: Mq 7,14-15.18-20; Sl 102(103); Lc 15,1-3.11-31.

BOA NOVA PARA CADA DIA. A LITURGIA DIÁRIA COMENTADA

Enquanto os publicanos e pecadores se aproximavam de Jesus para escutá-lo (cf. v.1), os escribas e fariseus o criticavam. Não é a primeira vez que o autor do evangelho observa que os fariseus e os escribas murmuram contra Jesus (veja: Lc 5, 30). A razão da crítica é a mesma, a saber, a boa acolhida que Jesus dá aos pecadores. Depois, dos vv. 1-3 que dão o contexto e a motivação, Jesus conta uma série de três parábolas de misericórdia. O tema da alegria no céu pela conversão de um único pecador está presente nas três parábolas (vv. 7.10.23-24.31 32). A terra deve imitar o céu: se há alegria no céu pela conversão de um único pecador, deve haver também na terra. Na terceira parábola, a do “Pai misericordioso”, a alegria do Pai pela volta do filho mais novo contrasta com a atitude de raiva e murmuração do filho mais velho. Tem-se a impressão de que a parábola identifica a atitude dos fariseus e dos escribas com a atitude do filho mais velho. O filho mais velho é convidado a vencer o mal em si mesmo para entrar no coração misericordioso do Pai: Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu. Mas, era preciso festejar e alegrar-nos porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado (vv. 31-32). A acolhida ao filho mais novo por parte do Pai não é aceitação do que ele fez; é perdão e oferta de uma nova vida. As três parábolas do capítulo 15 de Lucas são a resposta de Jesus à murmuração dos seus opositores. Do leitor do evangelho é exigido imitar a atitude do Pai que procura incansavelmente quem está perdido e acolhe no seu amor quem se desgarrou e foi encontrado. Deus é rico em amor, amemo-nos uns aos outros como o Senhor nos amou. O Papa Francisco tem dito: “não há para o ser humano fim de linha ou rua sem saída”.

 

Autor: Pe. Carlos Alberto Contieri, biblista que estudou a Sagrada Escritura em países como Itália, Bélgica e Israel, atualmente é Diretor do Pateo do Collegio e Coordenador do Patrimônio Histórico e Cultural da Companhia de Jesus no Brasil.