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“A Igreja não pode esquecer que foi por meio do povo judeu, que ela recebeu a revelação do Antigo Testamento e se alimenta da raiz da oliveira mansa...”.
Cf. Concílio Vaticano II, Declaração Nostra Aetate, n 4
“É preciso trabalhar com mais intensidade para pedir perdão e para reparar os danos causados pela incompreensão. Os valores, as tradições, as grandes ideias que identificam o judaísmo e o cristianismo devem ser postos ao serviço da humanidade, sem nunca esquecer a sacralidade e a autenticidade da amizade. A Bíblia leva-nos a entender a inviolabilidade destes valores, premissa necessária para um diálogo construtivo”, é assim que Papa Francisco inicia o seu prefácio no livro A Bíblia da Amizade. Trechos da Torá/Pentateuco comentados por judeus e cristãos, um lançamento de Edições Loyola no Brasil.
Neste momento histórico em que alguns fantasmas da história recente da humanidade parecem voltar, e com eles a chaga do antissemitismo. A colaboração que este livro apresenta é algo muito importante: é um sinal de grande amizade. Esta obra nasce do encontro de duas realidades: o amor dedicado à Palavra de Deus e a amizade entre judeus e cristãos.
Contribuíram para esta obra, 50 estudiosos judeus e cristãos que se debruçaram sobre os cinco primeiros livros da Bíblia (Torah ou Pentateuco), fazendo uma leitura baseada nas suas próprias tradições e apresentando nove introduções originais e comentários a alguns dos seus trechos mais significativos. O propósito deste livro não é chegar a uma leitura unificada da Bíblia, mas
conhecer melhor as leituras e interpretações respectivas, aceitando que elas possam ser diferentes.
”A Bíblia deve ser lida para inspirar os seus leitores a delinearem o seu presente e a projetarem o futuro. As exegeses que nos ligam às gerações passadas permitem uma sua compreensão profunda, mas ao mesmo tempo são testemunhos de leituras de tempos passados. A nova exegese, em conjunto com a acadêmica, deve apresentar a visão existencial do presente e dar modelos projetivos para o futuro”, diz o Rabino Abraham Skorka em parte de seu prefácio, também escrito para A Bíblia da Amizade.
“A Bíblia da Amizade. Trechos da Torá/Pentateuco comentados por judeus e cristãos” foi organizado por Marco Cassuto Morselli e Giulio Michelini e é um lançamento exclusivo no Brasil.
Organizadores:
Marco Cassuto Morselli
Docente de Filosofia Judaica e História do Judaísmo na licenciatura em Estudos Judaicos do Colégio Rabínico Italiano, é presidente da Federação das Amizades Judaico-Cristãs em Itália. Publicou I passi del Messia. Per una teologia ebraica del cristianesimo (Marietti, 2007) e, em conjunto com Gabriella Maestri, Lettera di Giacomo (Marietti, 2011), Lettera ai Romani (Marietti, 2015) e Elia Benamozegh nostro contemporaneo (Marietti, 2017).
Giulio Michelini
Frade menor, é professor ordinário de Exegese do Novo Testamento e presidente do Instituto Teológico de Assis. Na Quaresma de 2017 pregou os Exercícios Espirituais ao Papa Francisco e à Cúria Romana (Stare com Gesù, stare com Pietro, Porziuncola, 2017) e publicou também Matteo. Introduzione, traduzione e commento (San Paolo, 2013).
Por Edições Loyola