voltar Liturgia diária 26/10/2020 Segunda-Feira - 30ª Semana do Tempo Comum - Ano Par

BOA NOVA PARA CADA DIA

26 segunda. 30ª Semana do Tempo Comum

Ef 4,32-5,8; Sl 1,1-2.3.4 e 6; Lc 13,10-17

Esta resposta envergonhou todos os inimigos de Jesus. (Lc 13,17).

                O Evangelho descreve, como que cinematograficamente, duas reações opostas diante do sofrimento de uma mulher que, por dezoito anos, padecia com as deformações de sua coluna.

                Ao vê-la, a reação de Jesus foi de compaixão. Em sua mente só havia a decisão de curá-la imediatamente. Aqueles dezoito anos de sofrimento deviam terminar naquele momento. Foi então que Jesus lhe impôs as mãos e a curou. Ela se endireitou no mesmo instante. Todos ficaram surpresos e maravilhados. Era motivo para dar graças a Deus com grande alegria. E, se tudo terminasse aqui, esta estória já teria um final feliz.

                Mas não foi logo assim.

                O chefe da sinagoga, que vira aquele milagre não se deixou encantar pelo poder da Graça de Deus que agira por meio de Jesus. Aquele chefe de sinagoga devia ser o homem mais preparado para isto, pois era um homem religioso e de constante oração. Ele, pelo contrário, começou a repreender, como se pudesse, a Jesus e àquele povo que nele punha suas esperanças de cura:

                “Existem seis dias para trabalhar. Vinde, então, nesses dias, para serdes curados, mas não em dia de sábado” (Lc 13,14).

                E Jesus lhe respondeu com autoridade:

                “Hipócritas! Cada um não solta do curral o boi ou o jumento para dar-lhe de beber,

mesmo que seja dia de sábado?

Esta filha de Abraão, que Satanás amarrou durante dezoito anos,

não deveria ser libertada dessa prisão em dia de sábado?” (Lc 13,17).

                Jesus venceu. O chefe da sinagoga ficou desmoralizado. O povo ficou feliz e deu apoio a Jesus, entendendo seu gesto e sua mensagem sobre a misericórdia de Deus para com os que sofrem.

                E assim esta estória teve um final feliz:

Esta resposta envergonhou todos os inimigos de Jesus. (Lc 13,17).

Eles bem que mereceram.

A crítica de Jesus atingia em cheio uma ilusão dos líderes judeus de seu tempo: o legalismo, em que o sábado ficava acima da própria vida das pessoas amadas por Deus. Pensar assim refletia um mau estado espiritual de pessoas com corações endurecidos, sem piedade nem caridade. Como se arvoravam em representantes de Deus e chefiar uma sinagoga do Povo Eleito?

                Cada um de nós veja se este legalismo também não é um defeito pessoal. Se for, é hoje que Jesus quer que, imediatamente, deixemos de ser assim.

Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma