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BOA NOVA PAR CADA DIA
31 sábado. 30ª Semana do Tempo Comum
Fl 1,18b-26; Sl 41(42),2.3.5bcd; Lc 14,1.7-11
“ ... tu ficarás envergonhado e irás ocupar o último lugar”. (Lc 14,9).
Neste Evangelho Jesus aparece tomando refeição na casa de um dos chefes dos fariseus. E, observa São Lucas, os fariseus estavam de olhos bem abertos para observar o comportamento de Jesus e atentos a tudo o que ele dizia.
Jesus não precisou esperar muito para dar-lhes um conselho.
Ele viu que os convidados àquela refeição procuravam os melhores lugares.
O que isto significaria para Jesus? Ele se confrontava quase diariamente com os fariseus, que sempre queriam os primeiros lugares para si. De fato, diz o Evangelho:
“Fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros” (Mt 23,5).
“Gostam de lugar de honra nos banquetes e dos primeiros lugares nas sinagogas” (Mt 23,6).
Naquela refeição os fariseus, tão preocupados em encontrar erros no comportamento e palavras de Jesus, descuidaram de seu próprio comportamento.
Foi então que jê lhes contou a parábola deste Evangelho.
“Quando tu fores convidado para uma festa de casamento, não ocupes o primeiro lugar. Pode ser que tenha sido convidado alguém mais importante que tu...” (Lc 14,8).
De todos os convidados daquele chefe de fariseus, para aquela refeição, quem, de fato, merecia o primeiro lugar? Do ponto de vista de Deus Pai, era seu Filho quem deveria estar à frente de todos os líderes judeus, para guiá-los ao caminho certo do Reino de Deus e da Salvação que Jesus lhe daria.
Jesus, portanto, devia ser convidado para o primeiro lugar naquela refeição. E os outros cederiam tal lugar a Ele.
Não foi assim que aconteceu. Não sabemos, pelo Evangelho de São Lucas, se Jesus foi convidado para o primeiro lugar. Mas sabemos que o recado que deu foi muito bem entendido. Se os fariseus não chegassem a compreender que Jesus estava falando a respeito deles, demonstrariam imaturidade humana e social, além da religiosa e espiritual. Confirmariam, assim, que não tinham mais condição de serem os líderes espirituais do Povo Eleito. Tal liderança era Jesus quem devia exercer.
Vejamos como São Paulo ensina o mesmo que Jesus ensinou, mas com outras palavras:
17... quem se gloria, glorie-se no Senhor.
18. Pois é aprovado só aquele que o Senhor recomenda,
e não aquele que se recomenda a si mesmo. (2Cor 10,17.18).
E concluamos com Jesus:
“... quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado”. (Lc 14,11).
Se, depois de termos aprendido esta sábia lição de Jesus, ainda erramos preferindo os primeiros lugares e vantagens para nós, não só ignoramos o próprio Jesus como demonstramos nossa infantilidade espiritual. Nossa correção não é dolorosa, se feita com docilidade perante Deus. Ele nos ajuda, nos leva à maturidade espiritual, e nos santifica. Não seremos envergonhados em situações como a da parábola, nem nas outras que a vida nos apresentar.
Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma